O
encarecimento das campanhas eleitorais no pleito deste ano é um dos fatores que
chamaram atenção de especialistas. Quando comparadas com as eleições de 2010,
as despesas geradas na disputa pela Assembleia Legislativa revelam como a busca
pelo cargo no poder Legislativo do Estado também exigiu altos montantes.
A
diferença dos gastos declarados pelos 46 deputados estaduais eleitos em 2010 e
os escolhidos em 2014 chegou a ser de aproximadamente R$ 3,3 milhões. Há quatro
anos, a bancada cearense eleita para ocupar a Assembleia Legislativa gastou
cerca de R$ 14 milhões, segundo o relatório divulgado ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), enquanto a nova formação registrou um total de R$ 17,3 milhões
em despesas de campanha.
O
caso mais sintomático do aumento das despesas de campanha foi protagonizado
pela deputada estadual Bethrose (PRP). Em 2010, a parlamentar conseguiu ser
eleita como a 31ª candidata mais votada e, de acordo com o relatório de custos
informado ao TSE, ela pagou apenas R$ 147,5 mil em despesas de campanha. Já na
disputa deste ano, a deputada foi reeleita apenas como a 38ª mais votada,
apesar de ter gastado aproximadamente R$ 1,2 milhão.
O
deputado estadual Téo Menezes (DEM) não conseguiu a reeleição para a Assembleia
Legislativa. A comparação das despesas do parlamentar em 2014 com a disputa de
2010 revelou um queda significativa no investimento feito por ele neste ano. Há
quatro anos, o então candidato pelo PSDB terminou como o quinto mais votado com
quase R$ 400 mil declarados como custo de campanha. Neste ano, porém, os gastos
informados não foram superiores a R$ 78,4 mil, culminando apenas no alcance da
vaga como suplente.
Sem sucesso
O
aumento das despesas de campanha, no entanto, não foi suficiente para alguns
parlamentares, com três deputados estaduais da bancada petista que tentaram a
reeleição, mas alcançaram sucesso. Somente o Professor Pinheiro, na comparação
com os gastos registrados há quatro anos, pagou R$ 152,9 mil a mais, enquanto o
custo da deputada Rachel Marques neste ano superou 2010 em R$ 143,8 mil. Já o
deputado Dedé Teixeira chegou a gastar mais R$ 112,6 mil.
O
insucesso na eleição de 2010 também motivou alguns candidatos a elevarem o
investimento na campanha para conseguir um lugar na Assembleia Legislativa. O
vereador Walter Cavalcante (PMDB), neste ano, gastou R$ 300 mil a mais na
comparação com as despesas de quatro anos atrás, quando concorreu ao cargo de
deputado federal ainda pelo PHS e não teve sucesso. Neste ano, ele se elegeu.
Já
o deputado estadual Danniel Oliveira (PMDB) pagou R$ 295,4 mil a mais na
campanha de 2014 comparado a 2010. Ele garantiu a vaga na Assembleia
Legislativa apenas quando o prefeito Roberto Cláudio deixou o parlamento para
assumir a Prefeitura de Fortaleza, mas não foi eleito há quatro anos quando
gastou R$ 409,9 mil. Neste ano, declarou gastos de R$ 705,3 mil.
Atividades de campanha
Evandro
Leitão (PDT) é outro candidato não eleito há quatro anos que gastou mais na
campanha eleitoral de 2014 para assegurar a vaga na Assembleia. Em 2010,
declarou ter pago em despesas um total de R$ 94,6 mil, mas os custos deste ano
com a atividades de campanha saltaram para R$ 291,2 mil.
Entre
os deputados estaduais reeleitos, a maior diferença nos gastos de campanha
declarados ao Tribunal Superior Eleitoral em 2010 e 2014, depois de Bethrose,
foi registrada na comparação dos relatórios de despesas da deputada Mirian
Sobreira (PROS). Há quatro anos, o custo informado foi de R$ 177,8 mil,
enquanto o investimento declarado em ações de militância e mobilização neste
ano chegou ao montante de R$ 497,9 mil.
O
candidato mais votado na eleição deste ano, no entanto, superou as despesas
declaradas em 2010, quando conseguiu apenas a vaga como suplente, mas gastou um
valor relativamente modesto neste pleito. Há quatro anos, o parlamentar
justificou ao TSE ter pago aproximadamente apenas R$ 21 mil, enquanto o custo
de 2014 chegou a R$ 87 mil, o menor entre os deputados estaduais eleitos.
Fonte: Diário do
Nordeste.
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