O
deputado federal Genecias Noronha (SDD) – terceiro mais votado entre os
cearenses na eleição de 2010 – tinha um patrimônio declarado de R$ 98.800 no
ano 2000, quando se candidatou a vice-prefeito de Parambu. Dez anos depois,
após ter sido prefeito por dois mandatos consecutivos, seu patrimônio havia
evoluído para R$ 4,6 milhões. O caso de Genecias é um dos abordados no livro “Os Ben$ que os Políticos Fazem”, do
jornalista Chico de Gois, que traz 10 casos de políticos brasileiros que
enriqueceram durante o exercício.
A trajetória de Genecias, segundo o jornalista,
segue uma lógica comum a muitos outros que exercem mandato público. “Ele começa
a ter muitas coisas e dá esse salto quando vira prefeito da cidade”, afirma.
Durante a pesquisa, Gois, que integra a equipe do jornal O Globo, em Brasília,
visitou as cidades de cada um dos personagens.
Em Parambu, segundo constatou, Genecias é “quase dono” da cidade. “Tudo é dele ou da família dele”, pontua
o autor. Segundo o autor, isso é um dos principais motivos que explicam o
enriquecimento do deputado enquanto era prefeito, já que muito do que era
contratado pela prefeitura supostamente passava direta ou indiretamente por
empresas de Genecias ou de seus parentes. Atualmente, uma fazenda e um avião
estão entre os bens do deputado, além de um haras da família.
Para o livro, o autor investigou e comparou,
durante um ano e meio, cerca de dez mil declarações de bens apresentados pelos
políticos à Justiça Eleitoral. Em geral, segundo constatou Gois, os bens mais
comuns aos políticos que enriquecem na vida pública são imóveis, carros
importados, gado, helicópteros e jatinhos.
Outro lado
Procurado pelo O POVO, Genecias
se disse surpreso e afirmou que não tinha conhecimento sobre o livro. Ele
confirmou o aumento do patrimônio, mas negou que o enriquecimento tenha relação
com seus mandatos. “Tudo é proveniente dos lucros das minhas empresas e está
tudo declarado no meu imposto de renda. Quando a gente entra na política faz é
empobrecer”, reclamou ele, que também ameaçou processar o autor da obra.
Fonte: Jornal O Povo On-line.
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