O
primeiro debate do segundo turno entre Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira
(PMDB), realizado ontem pela TV O POVO, foi marcado pela troca de
críticas entre os candidatos. O peemedebista insistiu em perguntar por que as
promessas feitas por Camilo não foram concretizadas nos oito anos de governo
Cid Gomes (Pros), e ironizou declarações do petista, afirmando que ele, “quando
lhe era conveniente”, discursava como se fosse responsável por tudo que a
gestão fez. O petista destacou “contradição” de Eunício observando que ele, até
recentemente, considerava Cid “o melhor governador da história”, além de
afirmar que o adversário parecia “desesperado”.
“Demagogia e falsidade”
Eunício atacou já no primeiro bloco, em que os
candidatos responderam a perguntas da produção e comentaram as réplicas. Depois
de Camilo prometer instalar escolas profissionalizantes e de tempo integral em
todos os municípios, Eunício rebateu afirmou que “a escola de
tempo integral é algo que não aconteceu verdadeiramente no Ceará”.
“A escola de tempo integral que o candidato fala
são as escolas profissionalizantes... Temos mais de 400 mil alunos. Apenas
cerca de 10% estão em escola de tempo integral”, disse Eunício, prometendo
botar 200 mil alunos nesse tipo de escola. Camilo rebateu que o governo Cid
trata a questão educacional “não com simplificação, não com demagogia”, e sim
“com seriedade”.
Segundo Eunício, o governo Cid “desordenou as
polícias”. “Há um distanciamento enorme entre a Polícia Civil e a Militar. O
Ronda foi criado como se fosse uma terceira polícia... A primeira coisa que vou
fazer é reabrir o diálogo com as polícias”, disse.
Camilo afirmou que segurança não pode ser tratada
“com demagogia, com falsidade” e prometeu mudar a estrutura da polícia,
incluindo revisão salarial. “Posso fazer isso porque elegemos (a coligação
governista) a grande maioria dos deputados”.
“Quando as coisas foram feitas, aparecem como se
tivesse sido o Camilo que fez. Parece até que o governador é ele”, respondeu
Eunício. “Tiveram tanto tempo para resolver essas questões. Por que não fizeram
em oito anos?”
“Padrinho” e cargos
Novas farpas no segundo bloco,
quando Camilo fez promessas na área da saúde. “Por que não fez em oito anos?”,
perguntou Eunício. Camilo acusou que o adversário “faltava com a verdade”
ao atribuir a Camilo o discurso de que a saúde está perfeita. “Ninguém muda as
coisas em apenas quatro ou anos. Eu acho que você nunca foi numa UPA,
Eunício. Sei nem se você conhece o Hospital Regional do Cariri”,
disse o petista.
Eunício usou uma pergunta de Camilo sobre cultura
para declarar que “não tem padrinho político” e “tem liberdade” para agir na
área. Camilo o acusou de contradição e salientou a participação de gente do
PMDB no secretariado de Cid.
“Até quatro meses atrás você dizia que esse era o
melhor governo do mundo, que o Cid era o melhor governador da história desse
Estado. Você indicou vários cargos para esse governo. Inclusive o secretário
executivo da Segurança Pública, Aloísio Carvalho. Que contradição é essa?”
Eunício disse que Camilo estava “muito agressivo”.
“Ele reage dizendo que eu sou o próprio governo... O senhor é o candidato do
governo”. Sobre Aloísio, Eunício disse que ele foi indicado pelo deputado
estadual Ivo Gomes (Pros), irmão de Cid.
“Vaidade e docilidade”
Ao elencar realizações do governo
Cid, Camilo afirmou que Eunício não as reconhece “talvez porque more há muito
tempo fora do Ceará”. Segundo o petista, Eunício tem criticado a gestão
porque não foi escolhido como candidato.
“Não sou candidato por vaidade, por projeto
pessoal. Fui escolhido por mérito, pela minha história”.
Eunício respondeu que não foi escolhido porque “não
seria dócil o suficiente, como você, para cumprir ordens de um chefe que vai
continuar chefiando o governo”.
Frases
Ninguém muda as coisas em quatro anos. Acho que você nunca foi numa UPA, sei nem se
você conhece o Hospital Regional do Cariri?
Você indicou vários cargos nesse governo, inclusive o secretário executivo da
Segurança. Que contradição é essa?
Não fui escolhido porque eu não seria dócil o suficiente como você, para cumprir ordens de
um chefe que vai continuar chefiando o governo
Tiveram tanto tempo para resolver essas questões, por que não
fizeram em oito anos?
Fonte: Jornal O Povo.
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