sábado, 18 de outubro de 2014

Parlamentares aparecem após convocação da Assembleia.

Duas semanas após o fim do recesso branco na Assembleia Legislativa, os deputados ainda não retomaram o ritmo das atividades da Casa. A sessão de ontem começou com mais de dez minutos de atraso, porque não havia quórum para abrir os trabalhos no horário regimental, às 09h20. A diretoria do departamento legislativo teve de telefonar para que vários parlamentares se dirigissem à Assembleia, a fim de evitar que a sessão caísse pela segunda vez na semana.
As sessões têm acontecido com o número mínimo de parlamentares possível: é necessário que 16 dos 46 parlamentares registrem a presença para abrir a sessão. Ontem, menos da metade dos deputados compareceu à sessão. Apesar de 20 terem registrado presença, poucos deputados circulavam no plenário na manhã de ontem.
Por volta das 10h30, enquanto Dedé Teixeira (PT) se pronunciava na tribuna, apenas quatro colegas acompanhavam o discurso dele no plenário: Manoel Duca (PROS), que presidiu a sessão, José Sarto (PROS), Professor Pinheiro (PROS) e Lula Morais (PCdoB). Uma hora depois, quando Eliane Novais (PSB) discursava, apenas Manoel Duca e Lula Morais ficaram no plenário.
Na última quarta-feira, dia 15, a sessão foi levantada, porque não havia número suficiente de deputados na Casa. Na quinta-feira, embora a Casa parecesse mais movimentada que de costume, pouco mais da metade dos parlamentares- total de 24 - registrou presença. De acordo com os próprios deputados, as razões para a ausência vão do desânimo de quem não se reelegeu ao envolvimento com a campanha para o segundo turno.
Renovação
Na avaliação do deputado Roberto Mesquita (PV), o clima de renovação da casa legislativa e o segundo turno favorecem a ausência dos parlamentares. "O ambiente político ainda está muito acirrado. Isso faz com que as atividades legislativas - que não estão sendo pautadas pelo presidente no momento, nós não estamos votando requerimentos, não estamos discutindo nas comissões - faça com que essa evasão momentânea ocorra", apontou Mesquita.
Para Júlio César Filho (PTN), a baixa assiduidade dos deputados nesse período é natural. "No segundo turno, como é apenas majoritário, estamos vendo que os parlamentares estão se envolvendo com as campanhas majoritárias e viajando para o Interior. Eu mesmo vou à região do Cariri, onde recebi votos, falar com meus apoiadores para pedir votos ao meu candidato", justifica.
Já Sérgio Aguiar (PROS) avalia que a pouca frequência parlamentar seria consequência da alta renovação da Casa, que terá 24 novos deputados na próxima legislatura. "Os 24 (parlamentares) que não voltarão têm uma situação atípica de não estarem estimulados a vir participar das sessões plenárias, muito embora a gente continue a dizer que os nossos mandatos vão até 31 de janeiro", apontou.
Responsabilidade
Júlio César, por sua vez, descarta a hipótese do colega. Para ele, os deputados que não foram reeleitos têm sido mais vistos que os próprios parlamentares que renovaram os mandatos. Pelo menos dez parlamentares que não conseguiram se reeleger foram vistos com frequência nas sessões, entre eles os petistas Dedé Teixeira, Professor Pinheiro e Raquel Marques, além de Lula Morais (PCdoB), Paulo Facó (PTdoB) e Mário Hélio (PMN).
"Talvez os que foram (reeleitos deputados estaduais), que receberam muitos votos, tenham uma maior responsabilidade de estar no Interior, nos seus colégios (eleitorais), para pedir votos para os seus candidatos", apontou Júlio César. "O que nós temos que tentar fazer é faltar o mínimo possível para que as matérias que estão tramitando na Casa não tenham nenhum prejuízo", ponderou.
O deputado Paulo Facó - que tentou uma vaga na Câmara Federal, mas não se elegeu - rechaçou discorda da teoria de que os deputados que não renovaram o mandato estejam desestimulados. "No meu caso, muito pelo contrário. Eu estou com um bocado de projeto para entrar. Estou me organizando para voltar à tona com toda a força", afirmou.
Para Lula Morais, não há motivo para os parlamentares não estarem frequentando as sessões. "O mandato vai até 31 de janeiro, não tem justificativa de não vir. Independentemente de ter sido eleito ou não, nossa responsabilidade é de estar presente nas sessões", cobrou.
Fonte: Diário do Nordeste.

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