Em sua primeira entrevista após ser condenada a mais de 28
anos de prisão em um novo julgamento na Itália,
a americana Amanda Knox disse que “não podia acreditar no que
estava ouvido” quando recebeu o veredito da corte, que a declarou novamente
culpada de assassinato. A entrevista foi transmitida pelo programa “Good
Morning America”, da rede de TV “ABC”.
“Aquilo me atingiu como um trem. Não esperava que fosse
acontecer. Eu realmente esperava muito mais do sistema judicial italiano. Eles
já haviam me inocentado antes”, disse Amanda, claramente emocionada.
A voz da jovem falhou em diversos momentos da
entrevista. “Por mim, nunca mais volto para a Itália. Vou lutar contra isso até
o fim. Não está certo e não é justo”.
A americana foi considerada culpada no segundo recurso
do julgamento do assassinato de Meredith
Kercher – a jovem britânica de 21 anos encontrada morta por esfaqueamento
em uma república de estudantes, em novembro de 2007. Amanda foi condenada a 28
anos e seis meses de prisão e seu ex-namorado Raffaele Sollecito, a 25 anos. A sentença saiu nesta quinta-feira
(30).
Amanda, agora com 25 anos, e Sollecito, 29, foram presos
logo após o corpo de Meredith ser encontrado em 2007 com a garganta cortada e
em meio a uma poça de sangue em seu quarto em Perugia. Amanda e o ex-namorado
dividiam o apartamento.
Meredith, de 21 anos, estudante da cidade de Leeds, foi
encontrada seminua e com 43 marcas de faca no apartamento que dividia com
Amanda. Os exames dos legistas mostraram que ela também foi estuprada. A
promotoria considerou que os jovens mataram Meredith durante uma noite de sexo,
álcool e drogas.
Procuradores alegaram que Meredith foi vítima de um jogo
sexual. Amanda e Sollecito negaram as acusações e disseram que eles não estavam
no apartamento naquela noite, embora tenham admitido que fumaram maconha e que
a memória estava "nublada" naquele dia. Um homem da Costa do Marfim,
Rudy Guede, foi condenado pelo assassinato em um processo separado e está
cumprindo uma sentença de 16 anos.
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