O PT pressiona o deputado federal João Paulo Cunha (SP), condenado no julgamento do mensalão, a
renunciar ao mandato assim que tiver sua prisão pedida pelo Supremo Tribunal
Federal (STF). O partido não quer passar pelo desgaste de um processo de cassação
em pleno ano eleitoral, principalmente porque é dada como certa a cassação do
mandato em um processo com voto aberto no plenário da Câmara.
João Paulo, que começará a cumprir a pena em regime
semiaberto, tem afirmado publicamente que não vai renunciar e que seu plano é
trabalhar como deputado durante o dia e voltar à noite para a prisão para
dormir. Dirigentes petistas afirmam que ele está falando isso da boca para
fora, porque sabe que isso não será aceito. Mas, na dúvida, ele está sendo
devidamente informado de que o partido forçará sua renúncia.
Nesta semana, o vice-presidente da Câmara, deputado
André Vargas (PT-PR), adiantou que o PT não tentará impedir a abertura, na Mesa
Diretora, do processo de cassação contra João Paulo, como fez no caso do então
deputado José Genoino (PT-SP), também condenado no julgamento do mensalão e já
preso.
Vargas tentou justificar a tentativa de impedir a
abertura de processo de cassação contra Genoino afirmando que havia um pedido
anterior de aposentadoria por invalidez, que ainda estava em análise. Ao
constatar que o processo de cassação seria aberto antes de uma decisão da
Câmara sobre a aposentadoria, Genoino renunciou.
Desde o ano passado, João Paulo cursa Direito em
Brasília e, enquanto estiver em regime semiaberto, deve pedir autorização para
sair do presídio e assistir às aulas, abatendo o tempo de pena. Ele foi
condenado a nove anos e quatro meses de prisão, o que corresponde a regime
fechado. O STF, no entanto, vai julgar um recurso de João Paulo relativo à
condenação por lavagem de dinheiro. Assim, por enquanto, ele cumprirá pena de
seis anos e quatro meses, que se enquadra no regime semiaberto.
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