Há 11 anos e quatro meses à frente da Petrobras
Transporte S.A. (Transpetro), o ex-senador cearense Sergio Machado tirou
licença ontem, por 31 dias, depois de ser citado em depoimento do ex-diretor da
Petrobras, Paulo Roberto Costa. À Justiça Federal no Paraná, Costa afirmou ter
recebido, das mãos de Machado, R$ 500 mil em propina de esquema de licitação
para compra de navios.
O afastamento do cearense da presidência da
Transpetro, confirmado em nota no início da noite desta segunda-feira, 3, foi
condição imposta pela empresa PricewaterhouseCoopers, contratada para auditar
balanços comerciais e financeiros dentro da estatal, apresentada ao Comitê de
Auditoria do Conselho de Administração da Petrobras.
“Embora o Conselho de Administração tenha adiado
qualquer deliberação sobre tal questionamento, decido de forma espontânea
requerer licença sem vencimento pelos próximos 31 dias. Tomo a iniciativa de
afastar-me temporariamente para que sejam feitos, de forma indiscutível, todos
os esclarecimentos necessários”, disse ele, em nota, ao classificar a acusação
de Paulo Roberto Costa de “leviana e absurda”.
Machado lembrou ainda que, “além de não responder a
nenhum processo no TCU, não sou réu em nenhuma ação penal e não tenho contra
mim nenhuma ação de improbidade admitida pela Justiça. Ao longo de mais de 30
anos de vida pública, jamais fui processado em decorrência de meus atos”.
No cargo desde junho de 2003, por indicação do
senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Machado diz ter orgulho da atuação na
Transpetro. “Nada devo nem temo em relação à minha trajetória”.
Planalto
No início de outubro, a presidente
Dilma Rousseff (PT) afastou os rumores do desligamento de Sérgio Machado, ao
defender que “não se pode cometer injustiças, mas também não se pode ser
resiliente com mal feitos ou atividades que não fiquem claras”. Dilma disse
ainda que “ninguém, em sã consciência, pode acabar com o direito de defesa”.
Machado chegou a prestar esclarecimento ao ministro
de Minas e Energia, Edison Lobão, logo depois que seu nome foi citado nos
depoimentos de Paulo Roberto Costa. O Planalto ainda não se manifestou sobre a
decisão do agora presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado.
Fonte: Jornal O Povo.
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