O
presidente afastado da Câmara de Vereadores de Ribas do Rio Pardo, Adalberto
Alexandre Domingues (PRTB), fugiu, na manhã desta quarta-feira (26), para não
ser preso por policiais do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime
Organizado (Gaeco). Segundo informações da assessoria de imprensa do órgão, o
político pulou o muro dos fundos da casa onde mora na cidade, localizada a 84
km de Campo Grande. Ainda segundo o Gaeco, Domingues fugiu de pijama e contou
com a ajuda de familiares para sair da residência.
O Gaeco foi até a residência de Domingues para cumprir
um mandado de prisão preventiva. O político foi afastado da função em novembro.
Ele é investigado na “Operação Viajantes”, que apura o pagamento irregular de
diárias a vereadores e servidores da Câmara de Ribas do Rio Pardo.
Nesta
manhã, o Gaeco cumpriu um mandado de prisão temporária em Campo Grande, contra
um servidor que trabalhava como contador do Poder Legislativo da cidade. O nome
do suspeito não foi divulgado.
Além do presidente, outros vereadores e servidores foram
afastados. Na terça-feira (25), oito suplentes foram empossados na Casa de Leis
e assumiram as cadeiras dos parlamentares destituídos das funções. Os pedidos
de afastamento foram feitos pelo Ministério Público Estadual (MPE-MS) e acatados
pela Justiça.
Operação
Viajantes
A
investigação, que começou há dez meses, revelou que vereadores e servidores da
Câmara de Ribas do Rio Pardo forjavam viagens e participações em eventos e
reuniões fora do município para receberem, indevidamente, valores relativos as
diárias.
No
mês de outubro, a Justiça de Ribas do Rio Pardo determinou a suspensão do
pagamento de diárias a vereadores e servidores, devido aos indícios de
irregularidade. O pedido foi feito pelo MPE-MS.
Segundo
o levantamento feito pela Promotoria de Justiça, de janeiro a setembro de 2014,
o Poder Legislativo de Ribas do Rio Pardo gastou cerca de R$ 523,4 mil em
recursos públicos com o pagamento de diárias. Os valores repassados chegavam a
R$ 750 para cada dia de deslocamento dentro do estado, e R$ 1,5 mil para cada
dia de viagem fora do estado.
No
dia 4 de novembro, o Gaeco cumpriu 14 mandados de busca e apreensão, sendo 13
na cidade e um em Campo Grande. Uma companhia que fazia parte do esquema
pertencia a um parente de um contador do órgão, que mora na capital
sul-mato-grossense, e foi contratada sem licitação.
Em
novembro, oito vereadores foram afastados dos cargos, entre eles, o
vice-presidente, o primeiro-secretário e o segundo- secretário.
Bloqueio
de contas e sequestro de bens
Na
segunda-feira (24), a Justiça determinou a suspensão dos contratos entre a
Câmara de rivas do Rio Pardo e as empresas, com sede na própria cidade e na
capital sul-mato-grossense, além do bloqueio de contas do Legislativo
Municipal.
O
Juiz Marcelo Andrade Campos Silva determinou o sequestro de duas propriedades
rurais, no município, adquiridas pelo presidente afastado do Legislativo
Municipal. Em sua decisão, o magistrado falou da suspeita de os bens terem sido
adquiridos com "recursos oriundos de fontes escusas".
Fonte:
G1.
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